quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Rotina de Inverno

Depois de tantos recadinhos carinhosos e dicas para que eu curasse da minha tosse o mínimo que eu podia fazer era tirar o poeira desse blog e passar por aqui para agradecer!! Obrigada!!!!

Vou aproveitar o post para falar da minha rotina de inverno. O inverno mesmo nem começou, mas há tempos o outono se foi. As árvores já estão todas peladas e o colorido das folhas deu lugar às luzinhas de Natal (o que não deixa de ser fofo também!). Os dias estão cada dia mais curtos e escurecendo cada dia mais cedo, 4 e pouco da tarde já está de noite. Semana que vem teremos os dias mais curtos do ano devido ao solstício de inverno, e depois começa o caminho inverso.  

Muita gente diz que no inverno por causa da pouca luminosidade a gente dorme mais e tem a sensação de que 8 da noite já são 11. Comigo isso não aconteceu, eu continuo indo dormir no mesmo horário e achando que faltam horas para o meu dia de tanta coisa que tem pra fazer.

Também não precisei da Vitamina D (ainda - mas como disse o inverno ainda nem começou). Acho que o segredo é correr pro sol quando ele aparece. Como eu sempre fui uma pessoa outdoors, continuo fazendo coisas ao ar livre sempre que possível. Até 5 graus meu organismo se sente confortável, então eu até estava arriscando dar umas corridinhas ou caminhadas depois do trabalho, mas agora quase todos os dias a temperatura está abaixo de 5, então o jeito foi me matricular no Community Centre (sim, aqui se escreve cenTRE e não cenTER). Os Community Centres daqui são muito bons,  com um único cartão eu posso utilizar todos os centros comunitários da cidade. O mais perto daqui de casa é bem pequeno, mas basta ir em outro quando eu quiser usar a piscina ou patinar no gelo, por exemplo. Se você não quiser pagar a mensalidade mas quiser de vez em quando usar a academia, a pista de patinação, as piscinas, etc, basta pagar o drop-in. O drop-in é quando vc paga para usar só um dia, é possivel fazer isso em todos os Centros. Aliás, outro dia fomos num em West Van que é muito bom, com várias piscinas aquecidas, sauna, uma mega academia, hot tub, por apenas 7 dollares o drop-in.

Neve que é bom, só nas montanhas. Até agora só nevou uma vez na cidade, mas foi tão pouquinho que no dia seguinte já derreteu. Existem atividades nas montanhas para todos os gostos e bolsos. Esqui e snowboard são esportes caros, mas já havíamos separado um dinheirinho especialmente para isso. Duas semanas atrás tentei o snowboard pela primeira vez, e fiquei o dia inteiro querendo voltar para o ski. Mas como diz o lema clichê, "sou brasileira e não desisto nunca" - e vou aprender essa m***a!

O Snowshoeing é mais barato. Eu achava que seria uma atividade "de tiozinho", mas domingo passado fomos fazer, e foi muito divertido!! Eu diria que é uma atividade democrática, que pessoas sem a menor destreza esportiva podem fazer tranquilamente nas trilhas verdes, mas há também as trilhas azuis e pretas para quem procura mais emoção e transpiração. No mesmo local onde tem as trilhas para snowshoeing tem as pistas do Crosscountry Ski. Eu já estava "namorando" este esporte desde a época das olimpíadas, quando vi pela primeira vez na tv. Ainda não tentei, mas já tenho certeza que vou amar. Ele trabalha não só as pernas e o abdômen como no ski downhill, mas também os braços, ombros, costas, enfim, pelo que eu vi (ainda não senti) é o esporte de inverno mais completo.

Nos dias que estava doente descobri minha nova paixão: a biblioteca pública. Toda cidade tem a sua (ou as suas). Elas são completíssimas, com clássicos e lançamentos, não somente livros mas também DVDs. Fora que o ambiente é super aconchegante, a de North Van tem até poltronas "Egg". O sistema de self-check out é fantástico, basta passar a carteirinha no leitor de código de barras, passar os livros ou filmes também e pronto. Pra devolver basta colocá-los numa mini esteira rolante. Simples assim, sem burocracia nenhuma!

Há também inúmeras atividades natalinas pela cidade, como o Christmas Market e as Christmas Lights pelos jardins da cidade, mas vou deixar para visitar essas quando meus queridos amigos Cintia e Borão estiverem por aqui. Eles serão nossas primeiras visitas e passarão o Natal conosco. Não consigo nem dizer o quão feliz estou com a vinda deles!!! Eu estava super desanimada para o Natal, passar pela primeira vez longe dos meus pais, longe dos sobrinhos... Mas essa semana a Cintia me deu esse super presente que é a presença deles!!! Eu até me animei e corri pro Dollarama para comprar umas parafernálias natalinas!

Ho ho ho!!!!!!! Merry Christmas, everyone!!! And let it snow!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Cadê meus super poderes???

Eu sempre fui resistente a gripe, não pegava uma bem uns quinze anos. Costumava me gabar por nunca ficar doente e sempre dizer "resfriado pra mim dura apenas um dia e uma noite".

Isso ate eu pegar a tal da Vancouver dry cough... Esse negocio não quer sair de mim de jeito nenhum! quase um mês atrás, peguei um resfriado e fiz o que sempre fazia quando isso acontecia: fui pra cama cedo, tomei sopa, e no outro dia estava melhor. Vida normal, como sempre. Mas ficou aquela coisa mal curada e cada vez que voltava, voltava mais forte. Até que a tosse me pegou. Agora toda noite eu acordo tossindo como uma louca, marido não dorme, na hora que pegamos no sono de novo é hora de acordar pra trabalhar... Na verdade desde que cheguei aqui não dormi sequer uma noite inteira, mas agora ta fogo...
Estou no 3o. vidro de xarope, chá de gengibre e vitamina C o dia todo. Ontem o Luiz me fez uma receita de mãe que acho que ajudou um pouco (limao, gengibre e mel). O problema é que a tosse é seca, e não tem o que expectorar. me disseram que é assim mesmo, e que as vezes demora meses pra sarar. Insone, tossindo desesperadamente e acordando o marido. Onde foram parar meus super poderes??? 

Mas eu sempre procuro enxergar o lado bom das coisas, e posso listar as vantagens de estar doente: 1) marido me leva e busca na estação para eu não tomar chuva; 2) posso chegar do trabalho e me jogar no sofá para assistir um filme sem culpa; 3) fiquei livre de ter que cozinhar e lavar a louca, pelo menos por enquanto...

Cuidado com a dry cough de Vancouver!

domingo, 13 de novembro de 2011

6 meses

Depois de meio ano por aqui, acho que já dá pra fazer um balanço das coisas que eu adoro e das coisas que eu odeio não curto tanto assim no Canadá:

Coisas que eu adoro:

- As quatro estações definidas. O inverno pode ser tenebroso para algumas pessoas, mas para mim a sensação de mudança não tem preço;
- A beleza natural e a organização urbana;
- O transporte público que funciona bem e com hora marcada;
- A diversidade de produtos do mundo inteiro a preços acessíveis;
- A grande variedade de espaços públicos e gratuitos;
- A boa educação das pessoas;
- A sensação de segurança;
- Ficar livre de lixo cultural como funk, pagode, etc;
- As notícias do jornal que não te assustam nem te irritam;
 
Coisas que eu não gosto:

- A distância e a saudade da família;
- A incerteza profissional e financeira;
- Querer conversar com alguém nos momentos de solidão e não ter um amigo disponível online;

Enquanto a primeira lista estiver bem maior que a segunda, acho que está valendo a pena. Mesmo porque espero que com o tempo a gente consiga conquistar nosso espaço profissionalmente e também fortalecer as novas amizades, podendo contar menos com as amizades do Brasil já que cada um tem sua vida. Com relação à saudade da família, essa não dá pra vencer. Infelizmente "pó de pirlimpimpim" só existe nos livros do Monteiro Lobato.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Imigrar definitivamente não é pra qualquer um

Quem acompanha meu blog sabe que eu gosto de mostrar os dois lados da moeda. 

A gente tem a tendência de achar que as mudanças (de emprego, de pais) trarão coisas boas, que você vai mudar e deixar todas as coisas ruins e que incomodam para trás. Não é verdade. Infelizmente, junto com as coisas que você escolheu a dedo para caber dentro das suas 2 duas malas de 32 kilos, você também trará para inseguranças, ansiedade, frustrações, nostalgia. Sentimentos que onde quer que você , poderão te acompanhar, simplesmente não tem como deixa-los para trás.

Sem querer, hoje me deparei com um texto muito valioso para quem esta pensando em imigrar. Vou deixar o link para o texto completo. Alguns comentários também são interessantes (no meio de outros que são pura baboseira). Vale a reflexão.

Quem se decepciona com o Canada? (texto de Francisco Braz Neto) 



Editando: Leiam esse aqui tambem: Qual e o seu Canada? (texto de Rodrigo Araujo)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

FALLing in love with FALL!!!

Hoje vou falar só das coisas boas!! Estou completamente apaixonada pelo outono! O tempo está ótimo, dias frios e ensolarados (intercalados com uma chuvinha, é claro), árvores coloridas, folhas no chão...
Eu adoro mudanças, me enjoo facilmente da rotina. Eu posso amar uma música, mas se ela começa a tocar demais eu já passo a odiá-la! Então por mais que o verão seja maravilhoso e que as pessoas aqui não queiram que ele acabe nunca, eu já estava ansiosa pelo frio. Os dias longos com hikings depois do trabalho acabaram, mas ainda esta dando para correr na rua, ouvindo o crec-crec das folhas no chão! E que delícia correr no friozinho!! A mudança de estação inspira mudar tudo, o leite de amêndoas gelado de manhã deu lugar ao café com leite quentinho, o sushi num lugar agitado deu lugar a um bolinho em casa com os amigos! Acordar cedo com o sol na cara deu lugar a dormir até tarde no fim de semana, com barulhinho de chuva fina. Como é bom mudar a rotina!

Bom, no mais as coisas estão caminhando. O marido começou a fazer um voluntariado e continua firme na job search. Eu continuo no trabalho e consegui pegar uma aulinha de sábado de manhã! Como tudo aqui tem sido "com emoção" essa história da aula não podia ser diferente. Eu tinha me inscrito para a vaga um tempão atrás, na cara de pau mesmo, porque eu nem concluí minha certificação ainda. Quando eu já nem me lembrava mais, recebi um email pedindo para eu responder se ainda estivesse interessada. No mesmo dia a pessoa me ligou, dizendo para comparecer à entrevista já com todos os documentos (SIN card, void check, PR). Cheguei lá, conversei com o diretor e na mesma hora ele já xerocou os documentos e disse que o curso que eu daria (8 aulas de Pilates e Yoga) começaria no dia 15!!! Mas tinha um porém... Tinha que ter um número mínimo de 5 alunos inscritos para o curso acontecer. Até uma semana antes tinham 3. Aí dois dias antes, uma amiga minha resolveu se inscrever, mas no mesmo dia eu recebi um email dizendo que o curso seria cancelado. Na hora eu respondi, dizendo que minha amiga estava se inscrevendo e que segundo o diretor, poderiamos esperar até um dia antes para fechar ou não o curso. Ela concordou, e um dia antes, houve a quinta inscrição! Gol na prorrogação! O engraçado é que no dia da primeira aula 4 pessoas a mais apareceram! Imagina se eu não tivesse sido persistente... 9 pessoas ficariam sem aula e eu sem dar a aula! Mesmo tendo dado aulas de fitness e aulas de inglês por mais de 10 anos, dar uma aula de fitness em inglês para mim esta sendo um desafio! O pior é que é impossível saber se as pessoas estão gostando da aula! Tudo bem, no final das 8 aulas vou estar craque!

Outra coisa que estou adorando é passar quase que semanalmente por uma filmagem. Desde quando eu vim para cá pela primeira vez em 2000 eu sei que a Grande Vancouver é cenário de filmes e séries, mas nunca imaginei que eu veria tantas filmagens aqui pertinho de casa! Tenho visto carros da NYPD, helicópteros da US Coast Guard, holofotes gigantes, carros capotados, filmagem na esquina de casa, mas famosos nunca vi... :(

E o Halloween tá chegando! É muito bacana ver como as pessoas entram no clima! Tem uma casa aqui perto que o casal montou uma verdadeira "Casa do Espanto" Eles deixam tudo aberto à visitação, além de ficarem lá na porta da casa recepcionando (e assustando) os visitantes!

Bom, vou ficando por aqui e deixando algumas imagens do Outono maravilhoso e do Halloween!!!


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

As Respostas

Olá, vamos as respostas:

A Kalyne perguntou: Como faço para calcular a nota que preciso tirar no IELTS, vejo as pessoas falando nos blogs que precisam de 2 high e 2 moderate etc. Mas como isso e' diferenciado por pessoa, baseado em que??? Eu achei que a nota era igual p todo mundo.

Kalyne, vc consegue descobrir a nota que precisa tirar no IELTS quando vc faz o self-assesment test para descobrir se vc tem a pontuação necessaria para se inscrever no processo. A pontuação máxima em línguas é 24 pontos (se vc tem inglês e francês avancados). O que as pessoas geralmente fazem é deixar essa parte por ultimo, assim elas conseguem ver quantos pontos faltam para atingir os 67 pontos. No meu caso, por exemplo, fizemos o self-assessment test e sem as línguas faltavam 12 pontos para os 67, ou seja 2 highs (4pts + 4pts) e 2 moderates (2pts + 2pts). Tem gente que opta por fazer o TEF de francês para somar alguns pontos. Abaixo vc pode ver as notas que precisa tirar no IELTS para saber quantos pontos terá no self-assesment test.
LevelPoints
(per ability)
Test results for each ability
SpeakingListeningReading
(General
Training)
Writing
(General
Training)
HighFirst official language: 46.5 - 9.07.5 - 9.06.5 - 9.06.5 - 9.0
Second official language: 2
ModerateEither official language: 25.5 - 6.05.5 - 7.05.0 - 6.05.5 - 6.0
BasicEither official language: 1
(maximum of 2)
4.0 - 5.0 4.5 - 5.03.5 - 4.54.0 - 5.0
No0Less than 4.0Less than 4.5Less than 3.5 Less than 4.0

A Lulibel perguntou: Ah! Eu queria saber de trânsito: respeito, sinalização, motoboys... Dá para se locomover seguindo as placas? porque aqui, do nada, elas param de indicar o caminho.

Lulibel, eu acho o transito aqui extremamente claro e organizado. As ruas seguem um plano cartesiano, norte - sul - leste -oeste, tem lógica e geralmente são numeradas. Na boa, essa historia de dar nome de gente (geralmente nomes enormes, tipo "Rua Tenente-Coronel Manuel Barbosa da Silva Carvalho de Souza Dias") é coisa de português! Motoboys - essa praga ainda não chegou aqui. Respeito: não vou dizer que é 100%, tem espírito de porco em todo lugar do mundo, mas comparado ao Brasil, é muito melhor.

A Flavia disse: Acho que você poderia falar como se sente, sobre as questões subjetivas da vida de um imigrante aqui... Não para de escrever não.

Flavia, acho não vou parar de escrever não, nem que seja pra mim!! Obrigada!! Acredito que os ultimos posts (por exemplo o "Bipolar") abordaram bastante as questoes subjetivas da vida de imigrante. Com certeza falarei mais sobre o assunto, escrever faz bem!

O Cesar disse: Olha que vai chover pergunta. Hehehe.

Cesar, nao choveu tanto assim, hehehehe!!!! 

A Lidia perguntou: Bem, ultimamente uma das minhas maiores curiosidades tem sido sobre o quesito segurança para as mulheres. Explico: aqui no Brasil a segurança para uma mulher sair sozinha durante a noite é nula. Eu mesmo evito andar sozinha durante a noite pelas ruas, pois a incidência de agressões (não só assalto, violência sexual também) é muito alta. Aliás, dependendo no lugar não só durante a noite, de dia também! :( Gostaria de saber como você se sente em relação a isso por aí. Rola medo? Em cinco meses você já "se livrou" daquela paranóia que nos ensinam desde sempre? (Não saia sozinha, olhe pra trás enquanto caminha, não passe em nenhum lugar que não seja extremamente iluminado, atravesse a calçada se vier um homem em sua direção, etc?)

Lidia, não tenha duvida que o Canadá é um pais bem mais seguro que o Brasil. O que acontece muito são furtos; assaltos a mão armada são raríssimos. Mas como eu sempre digo: gente louca existe em qualquer lugar. As noticias ruins são bem menos frequentes que no Brasil, mas nem por isso vou dar bobeira e fazer um hiking na floresta sozinha. Me sinto mais segura aqui sim, mas quando estou andando sozinha a noite, apesar de não ficar neurótica eu fico "com as antenas ligadas". Apresso o passo nas ruas escuras e mudo de direção quando vejo sujeitos estranhos sim... E melhor prevenir, né?

A Joice perguntou: Gostaria de saber se conhece alguém cuja profissão não está no NOC e que tenha conseguido o visto de residência permanente do Canadá

Joice, existem sim outras formas de imigrar sem ser pelo processo Skilled Worker. Estando no Brasil, você tem a opção de se inscrever no processo por Quebec ou pelo Investors, entrepreneurs or self-employed. Se nenhuma das opções se encaixam ao seu perfil, vc pode solicitar um visto de estudante, estudar por um tempo e solicitar um visto de trabalho. A partir dai algumas pessoas conseguem imigrar, outras não, não é garantido. Soube de casos de sucesso e de casos de pessoas que precisaram ir embora porque não conseguiram renovar o visto de trabalho e nem imigrar. A melhor opção sem duvida é chegar como PR.

A Cilei perguntou se há preconceito.
Cilei, acho que muito pouco, talvez na hora de contratar. Se há um nativo e um imigrante, ambos qualificados, acho que eles escolhem o nativo. Mas no geral, o Canadá é formado por imigrantes, então as pessoas são bem compreensivas e abertas.
Bom, espero ter respondido a todas as duvidas! Obrigada pela participação! : ) 
Boa sorte a todos!

(teclado sem acento, fiz uma gambiarra pra tentar acentuar tudo, mas não deu certo com todas as palavras.)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Pergunte, que eu respondo!!!!

O ibope do blog anda tão baixo que eu resolvi ver se consigo dar uma agitada por aqui!

Apesar de estar aqui menos de 5 meses e não ser nenhuma expert em Canadá, vou abrir este espaço para que futuros imigrantes (ou imigrantes) façam as perguntas que sempre quiseram perguntar!

Deixe um comentário com a sua pergunta e eu responderei a todas as perguntas (se é que alguém vai perguntar alguma coisa!) no próximo post, na semana que vem.

Estou procurando motivação para continuar movimentando esse blog! Pode perguntar, que eu respondo!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

E lá se foram 4 meses...

Essa semana fez quatro meses que chegamos, é até redundante dizer que o tempo está voando. Sinto que nesses últimos quatro meses vivemos muito mais do que estávamos acostumados a viver em quatro anos, e ainda assim, falta muita coisa para acontecer. A pressa para que as coisas se ajeitem logo as vezes é angustiante. Por mais que soubéssemos que o recomeço dependeria de muita luta e paciência, tem horas que a vontade de ver a vida encaminhada novamente me faz surtar! Mas o tempo não para, e enquanto não atingimos nossos objetivos o jeito é aproveitar a vida, não é mesmo? Continuamos aproveitando o final do verão intensamente e outdoors. Foram quase 60 dias de sol e céu azul em Vancouver, e agora o verão começou a dar sinais de cansaço e abrir espaço para o outono. Estou ansiosa pelo outono, ver a natureza se preparando para mais um ciclo. Encerrando um e começando outro, como nós.
No mais, as coisas continuam caminhando. Não estou suuuper empolgada com o trabalho, mas esta indo. Ao mesmo tempo estou fazendo cursos para poder dar minhas aulas. Terminei o curso teórico, passei na prova e esse fim de semana começo o curso presencial. O marido desistiu do Survival algumas semanas atrás, tomamos a decisão juntos. Não estava acrescentando em nada, a não ser pelo dinheiro. Fora as dores nas costas e o mau humorEle também resolveu por a mochila nas costas e voltar a estudar. Esta fazendo um curso de job search full-time e hoje começa um curso especifico na área dele.
Bom, acho que é isso que eu tinha para dizer por hoje. Caso algum leitor (se é que ainda tem alguém aí!) queira que eu aborde algum assunto, é pedir.
See ya!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Commuting time, reading time

Um dos meus receios antes de vir embora era de perder o meu conforto de gastar apenas 10 a 15 minutos para ir de casa até o trabalho. Eu sabia que numa metrópole como Vancouver isso dificilmente seria possível. Mas desde os primeiros dias de rotina vi que isso não seria um problema assim tão grave. Eu gasto aproximadamente 45 minutos para ir de casa ao trabalho, tempo que tenho utilizado para pôr a leitura em dia. Nos primeiros dias eu aproveitei bem este tempo para estudar o manual da carteira de motorista. Quando terminei o manual, parti para a biblioteca da lavanderia do prédio. É comum os prédios aqui terem uma mini biblioteca a base do bom senso. Você pega o livro quando quer e devolve quando terminar, não é necessário avisar ninguém. Muita gente que passa pelo prédio acaba doando algum livro para a biblioteca, e assim ela vai aumentando com o tempo. Minhas viagens de SeaBus e SkyTrain ficaram cheias de emoções, assassinatos, sexo e intrigas por conta do Sidney Sheldon (que eu não lia desde meus 17 anos!). As vezes eu pego algum livro que não consigo engatar na leitura, aí eu tenho também a opção de ler o Metro News ou o 24 Hours, que são jornais gratuitos distribuidos diáriamente no transporte público. Há até uma "disputa" entre os entregadores, um fica entrando na frente do outro para ver quem distribui mais jornais. Eu pego do cara mais simpático. Eu sempre pegava o Metro por causa do chinezinho simpático que entregava, mas aí ele virou a casaca e foi para o 24 e eu passei a ler o 24. De "brinde" ainda ganho um sorriso, um "good morning, have a nice day", e nas sextas o bônus do "have a nice weekend"!
Também no meu commuting time eu estudei minha apostila toda do curso online que eu acabei de terminar.
Essa semana estou com dificuldade de engatar em um bom livro, já peguei 3 que não deram certo e eu desisti. Eu costumo ter uma regrinha pessoal de leitura - não gosto de passar muito tempo lendo o mesmo livro, mesmo porque comigo isso só acontece se não estou gostando da história. Então se a leitura não desenvolve até a página 80 (não sei porque 80, mas foi um número que estabeleci) eu troco de livro. Amanhã eu vou trocar de novo, tomara que tenha mais sorte, porque se não daqui a pouco só vai sobrar a prateleira de livros em mandarim!

domingo, 7 de agosto de 2011

Bipolar?

Alguns dias atrás eu estava achando que havia me tornado bipolar. A variação de humor estava tão grande e tão intensa, que em questão de horas meu humor ia de uma euforia extrema para uma tristeza profunda. De uma satisfação plena para o desespero. De músculos faciais doloridos de tanto dar risada para um chorar de soluçar. Mas passou. Não sei se foi uma mistura de muitas mudanças com variações de hormônios, o meu aniversário longe da família, enfim, os piores momentos da "bipolaridade" passaram. Talvez se eu tivesse escrito este post na semana passada, ele tivesse saído 50% super deprimido e 50% super eufórico, pois era como eu estava me sentindo. Mas acho que já voltei ao normal, e no final, tudo faz parte do processo.

Bom, vamos às atualizações:

- Carteira de motorista: Não foi nenhum bicho de sete cabeças. Eu estava apreensiva, visto que o Luiz já havia reprovado duas vezes. Aproveitei um dia que tive de folga e marquei uma aula dupla, eu dirigi uma hora e o Luiz ficou no banco de trás, e depois nós trocamos. Depois treinamos bastante tudo o que o instrutor nos disse. Passei de primeira. Tudo na vida exige preparação, basta ter paciência e se preparar. O Luiz passou também, uma (ou melhor, duas) preocupações a menos!

- Meu novo trabalho: Estou gostando, de verdade! Muito mais dinâmico e desafiante que o anterior. Entrei numa semana super busy, e fiquei dando suporte para os colegas. Na semana seguinte assumi minhas próprias tarefas. Os primeiros dias foram frustrantes, pois achei que não conseguiria atingir minhas metas. Foi bem no meio do meu maremoto emocional, mas depois tudo se acertou.

No mais, tudo tranquilo. Temos aproveitado demais o verão, todos os dias depois do trabalho saímos e fazemos alguma coisa diferente. Fazemos hiking em diversas trilhas, conhecemos lugares novos, pedalamos. Curtimos muito. Nos finais de semana ficamos na rua o tempo todo. Continuamos dormindo pouco, mas sabemos que precisamos aproveitar o verão que é curtíssimo e que no inverno teremos mais tempo para descansar e ficar em casa, visto que chove demais e escurece super cedo.
Apesar de nossos salários estarem ainda bem baixos, aqui dá pra curtir com menos grana. É claro que tem hora que enche o saco ficar no supermercado escolhendo tudo o que é mais barato e tirar do carrinho coisas que a gente queria comprar mas que "é melhor não". Ou ir no restaurante e tomar só água, porque é grátis. Fora quando aparecem umas despesas imprevistas, que aí que a gente tem que segurar mesmo. Mas espero que seja só neste recomeço, e que daqui pra frente as coisas melhorem. Eu sempre falo que é melhor ser "pobre" no Canadá do que "rica" no Brasil, levando aquela mesma vidinha provinciana de São José... Aqui têm várias coisas que o dinheiro não compra. Além disso, eu me sinto muito mais adaptada ao estilo de vida daqui do que à vida que eu levava anteriormente.
Outro dia eu estava de saco cheio no trabalho, nada estava dando certo. Aí eu saí para almoçar no sol, levei minha marmitinha para comer nas escadarias da Art Gallery e fazer algo que eu adoro: people-watching. No caminho eu vejo um monte de caras carregando instrumentos musicais e uma parafernália toda para entrar num ônibus. Na hora que eu olhei direito, era o Soundgarden! Aqui o rock dos anos 90 não morreu, várias bandas dessa década ainda fazem sucesso por aqui ou simplesmente se juntam para fazer um show e ganhar $$. É claro que eu dei uma de tiete, mandei um "You guys rock!!" e voltei para o trabalho feliz da vida. Contei a novidade para os colegas canadenses que também são fãs e eles vibraram. A partir daí minha sorte do dia mudou, e o dia terminou bem! Essas pequenas coisas fazem meu dia muito feliz!
Semana passada tivemos em Seattle, cidade que eu sempre quis conhecer, principalmente por ter sido berço das minhas bandas de rock favoritas. Amei a cidade, um super astral legal, passamos um dia maravilhoso lá que nem as 3 horas e meia de espera na fila da fronteira (ida e volta) atrapalharam.
No verão de 2000 (11 anos atrás) eu estava aqui estudando inglês. Aprendi a andar de roller no Stanley Park, e nesse dia me lembro de ter pensado "ainda vou morar nessa cidade". Essa semana eu comprei um roller e ontem fui andar lá. E pensei: "Dreams DO come true!"

domingo, 17 de julho de 2011

O tempo voa!!!

Rotina

O tempo aqui parece voar. Já faz mais de 2 meses que chegamos, tanta coisa aconteceu que parece que em 2 meses vivemos mais coisas que estávamos acostumados a viver em 2 anos. Alegrias, perrengues, surpresas, aflições, ansiedade, decepções, frio na barriga. A rotina é tão cheia de emoções que não sei nem se posso dizer que realmente é uma rotina, pois cada dia é um dia diferente. A gente até sabe como o dia vai começar mas nunca como vai acabar.

Além do tempo voar, ele é muito escasso. Apesar dos dias longos de verão, para que eu pudesse fazer tudo o que quero em um dia eu precisaria de umas 5 horas a mais. Com isso as horas de sono vão ficando mais curtas, e as vezes o cansaço traz um nervosismo a mais. Isso que dá querer fazer tudo ao mesmo tempo! Estou ainda tentando me adaptar a isso e segurar minha onda, me contentar com o fato de que um dia tem apenas 24 horas e que em pelo menos 7 delas eu preciso estar dormindo! Conciliar trabalho, passeios, vida de dona de casa (que inclui cozinhar todos os dias), vaidades (necessidades) femininas (pintar cabelo, fazer unhas, depilação, etc.), tirar carta de motorista, estudar, falar com o Brasil no Skype, malhar... é praticamente impossível fazer tudo! Imagino quem tem criança, aí que não deve sobrar tempo pra nada mesmo! Então com isso sou obrigada a traçar a prioridades do dia e deixar outras para quando sobrar tempo (se sobrar).

Limpeza

Aderi oficialmente aos padrões de limpeza canadenses. Estou super desencanada com a limpeza porque se não, não dá... Sorte que aqui não tem aquela poeira preta. Trocar roupa de cama toda semana nem pensar. Banheiro eu tenho limpado com lencinhos desinfetantes da lysol, só capricho quando estou inspirada (ou seja, raramente). Passo uma vassourinha pela casa, e tudo certo. E sem peso na conciência nenhum!!! Fazer marmita todos os dias já me toma tempo demais, se ainda for ficar neurótica com limpeza, aí é que não consigo fazer mais nada mesmo!

Starting over, again!

Bom, só para fechar o post e atualizar as novidades: amanhã estou começando em um novo emprego e semana passada me matriculei em um curso online que é o primeiro passo para poder exercer minha profissão aqui futuramente. Como já diziam os Titãs: "Só quero saber do que pode dar certo, não tenho tempo a perder!".

sábado, 2 de julho de 2011

Updates (Working + Driver's Licence + Summer)

Hello All!!

Bom, pelo título vcs podem deduzir que I GOT THE JOB!!! Estou meio atrasada aqui no blog, já faz duas semanas que estou trabalhando. Estou muito feliz de ter conseguido em tão pouco tempo, e logo depois de ter terminado o trabalho temporário. Desde que cheguei 8 semanas atrás, já passei mais tempo empregada do que não empregada. Estou muito feliz com tudo isso!! Vou contar o "segredo" para conseguir emprego rápido e falar um pouco (como sempre) do outro lado também.

Não posso dizer que meu emprego é um survival job pois é na área que eu estava buscando, mas o salário é bem entry-level. Essa é justamente a primeira dica:

1) Não seja muito exigente no inicio. Aceite qualquer salário e qualquer condição. Como newcomers, não temos muitas opções a não ser aceitar o que nos está sendo proposto. Esteja disposto (a) a ganhar BEM MENOS do que ganhava no Brasil. Eu por exemplo, estou ganhando 4x menos (1 pra 1) do que ganhava no Brasil no auge. Encare como um recomeço, no Brasil provavelmente você não começou com o salário que tinha quando veio embora, precisou conquistar seu espaço. Aqui é a mesma coisa.

2) Suas chances de conseguir um emprego aumentam exponencialmente quando você se sente completamente confiante e confortável com o seu inglês (francês - Quebec). Basta pensar da seguinte forma: já é díficil convencer um entrevistador de que você é o melhor candidato (a) na sua própria lingua, quanto mais em outra. Não tem jeito, um inglês (francês) bom é fundamental para conseguir passar numa entrevista. Se você deixar para aprender a lingua somente quando chegar aqui, pode ter certeza que vai demorar muito mais para conseguir começar a trabalhar (em qualquer área).

3) Adapte seu currículo ao formato canadense assim que chegar. Apesar dos cursos de Job Search e o aconselhamento oferecido pelas agências do governo não serem lá grande coisa, pelo menos essas instituições dão um bom suporte na adequação dos currículos sem que você tenha que esperar para marcar reunião com os conselheiros ou esperar o tempo de fila para fazer um curso.

Bom, no meu caso, foi assim que consegui emprego tão rapidamente. Mas esse é apenas o começo, tenho MUITO o que conquistar ainda. Como falei há alguns posts atrás, é como se eu tivesse 18 anos de novo e fosse recém-formada. Há um longo caminho a seguir.

Tenho falado muito de mim, mas não comentei nada ainda sobre meu marido. Ele também está trabalhando, conseguiu através de um amigo. Apesar de estar ganhando 40% a mais que eu, ele não está curtindo nada nada. Eu já vejo as coisas pelo lado bom, foi muito pouco tempo para que os dois estivessem trabalhando, com uma rotina, e sem queimar o $$ que trouxemos. Se Deus quiser, logo ele consegue algo na área dele. Ninguém disse que seria fácil. Outra coisa que está tirando ele do sério é o lance da carteira de motorista. O pessoal desse ICBC é enrolado e chato demais. Ele repetiu na primeira prova por bobeira, um único errinho de passar pouco acima da velocidade numa playground area. Segundo ele o paquistanês que era o avaliador já começou pegando no pé dele desde o inicio, fazendo perguntas do tipo: "o que vc veio fazer no Canadá? Seu país não é bom?" Aqui tem muito disso. Os próprios imigrantes tem preconceito com imigrante. Ele remarcou a prova, perdeu o dia de trabalho e chegou lá tinham mudado a prova dele para o dia seguinte sem avisá-lo. Aí que entra uma coisa que a gente não consegue entender a respeito dos canadenses. Eu sempre achei bom aqui não existir o tal do "jeitinho brasileiro", mas por outro lado, também não exite nenhum "jogo de cintura". Tudo aqui é exatamente by the book. Mesmo eles estando errados, ou tendo na frente deles uma solução óbvia e melhor para todo mundo, se não for do jeitinho que está escrito, esquece. Aí ele perdeu mais uma manhã de trabalho, mais dinheiro para alugar o carro, etc, e voltou no dia seguinte. Bombou de novo, também sem entender o por quê. Desta vez a instrutora simplesmente começou a surtar quando ele estava entrando na rodovia dizendo que ele estava devagar demais... Olha, é uma prova de paciência. Eu com certeza vou fazer aulas antes de fazer a minha prova prática. Ainda assim corro o risco de reprovar também.

Semana passada foi aniversário do Luiz, exerci pela primeira vez aqui no Canadá uma função que adoro: hostess. Recebemos os novos amigos em casa, foi super legal. No mais, está tudo ótimo. Estamos aproveitando demais o "verão" (até agora não passou de 20 graus, mas eu não ligo). Todos os dias tem mil coisas para fazer, não tem um fim de semana que a gente não fique na rua o tempo todo. Nossos novos amigos tem sido ótimos. Temos explorado tudo de bike, a cidade, as trilhas. O que menos tenho feito é dormir. Primeiro porque não consigo dormir cedo, depois porque acordo cedíssimo com a ansiedade do "o que será que vai acontecer hoje?". Preciso até dar um jeito nisso, porque nos últimos dias não tido maquiagem que consiga esconder minha cara de cansada!

Essa é uma foto do passeio que fizemos na semana passada em Ruby Lake - Sunshine Coast.

Cheers!!

sábado, 18 de junho de 2011

Meu dia-a-dia canadense

Domingo passado completamos um mês de Canadá! Ainda é cedo para fazer um balanço ou para fornecer aos leitores informações mais relevantes sobre mercado de trabalho e custo de vida. Mas vou registrar aqui alguns fatos do meu dia-a-dia. Estou vivendo muitas coisas diferentes, cada dia é mais inédito que outro.

A primeira experiência canadense

Ontem terminou meu trabalho temporário. Era para ter durado 2 semanas mas acabaram prorrogando por mais uma. Alguns posts atrás eu narrei meu primeiro dia, e como estava me sentindo um peixe fora d’água. Após 3 semanas eu estava totalmente ambientada, tinha até começado a gostar e sem dúvida vou sentir falta por alguns dias. Apesar do trabalho não ser inicialmente tão interessante eu acabei me adaptando. Quando conseguia alguma informação interessante para a pesquisa eu vibrava e ia correndo falar para o supervisor, ele achava engraçado. Fiz amizade com algumas pessoas e small talk com todas. Vi que as pessoas não andavam de roupa social para parecerem importantes, mas sim porque era norma do escritório. Eu estava indo de roupa social também – que eu odeio (apesar de não terem me instruído, mas como eu sempre digo, em Roma como os Romanos). Na terça-feira apareceu todo mundo de jeans, bermuda, chinelo, moleton. Eu fui perguntar para a moça do RH se era casual day. Ela falou que não, que o presidente da empresa tinha ido viajar e que só voltava na sexta. Que era ele que insistia nesse dressing code e quando viajava, todo mundo aproveitava para ir casual. Nesses dias o escritório ficou bem mais descontraído, cheio de rodinhas de conversa e tudo mais. No meio da semana apareceu uma entrevista para eu fazer, que deu um ânimo novo. No mesmo dia, a moça do RH me chamou para conversar, e disse que como eu tinha me adaptado tão bem com o trabalho e com o escritório, ela queria me convidar para me inscrever para uma vaga permanente. O problema seria o horário. Dependendo do projeto que eu trabalharia, teria que fazer o Eastern Time (que era o que eu vinha fazendo, das 6 da manhã às 3 da tarde - por sinal o menos pior), ou o Asian Time (entra no meio da tarde e sai no meio da noite) ou o pior deles, European Time (a noite toda). O salário seria bom, quase o dobro que essa empresa que me chamou para entrevista paga. Resumindo, eu achei melhor não. Então ontem foi meu último dia, confesso que foi até meio triste me despedir de todo mundo (isso porque no começo eu acordava e dizia para mim mesma: “vamos lá, um dia a menos”). As pessoas que fiz amizade pareciam até meio tristes, a moça do RH até me abraçou e disse que estava torcendo para eu conseguir a vaga que estava concorrendo. Nessa hora eu disse para ela: “Estou ficando expert em despedidas, é só o que tenho feito nos últimos 3 meses...”

A entrevista e o preparo físico

Minha terceira entrevista no Canada. Só imigrante entende a alegria de conseguir uma entrevista, mesmo que o salário seja medíocre! Como ainda estava trabalhando, fui correndo (literalmente) durante meu horário de almoço. Bem num dia que eu poderia ter ido de jeans (o presidente ainda estava viajando) fui de social e tênis, como sempre faço (calma, o sapato vai na bolsa! Não dá para andar o tanto que eu ando entre ônibus, SeaBus e metrô de sapato social). Acabei saindo em cima da hora do escritório, fui andando super rápido, e quando estava quase na estação do metrô me dei conta que tinha esquecido as cartas de referência que tinham pedido para eu levar na entrevista (já era a segunda vez que acontecia isso no mesmo dia, já havia esquecido em casa de manhã e tive que correr para pegar). Então lá vou eu correndo (não era uma corridinha, era correndo mesmo) de saia, camisa, bolsa e tênis no meio da Broadway. Voltei para o escritório, peguei as cartas, corri de volta para o metrô, em cima da hora. Sorte que estava 15 graus e eu não suei. Tampouco fiquei esbaforida, e foi neste dia que eu finalmente descobri por quê raios serve o preparo físico. E graças a Deus eu estava de tênis!

Estou sendo investigada!

Calma, eu não participei do quebra-quebra e fui denunciada! Ontem recebi um email de uma ex-colega e amiga do Brasil dizendo que ligaram para ela para saber das minhas referências! Bom sinal! Devem ter ligado para a minha supervisora daqui também, que btw escreveu uma carta super legal pra mim. Fingers crossed!

Prédio mal-assombrado

Já cheguei a comentar do barulho dos vizinhos de cima. Essa semana foi de lascar. Mais de uma noite acordamos pelas 2 ou 3 da manhã com uma barulheira que achávamos ser de televisão. Mandei um email para a manager para reclamar, disse que não dava mais, bla bla bla. Ela me responde indignada dizendo que os vizinhos de cima tinham se mudado no domingo e que não havia ninguém no apartamento. "Ah, pronto!", como diz o Luiz. Prédio mal-assombrado! Essa noite matamos a charada. 2h da manhã começa o barulho, obviamente acordamos. Batemos no teto, e nada. O Luiz subiu, bateu na porta, e nada. Ficamos prestando atenção e concluímos que era rádio e não tv. O barulho vinha do quarto, e todos os quartos tem um rádio relógio. Os fdp não desligaram o despertador que eles haviam programado no volume máximo para não perderem o vôo e mesmo depois de terem ido embora, continuaram a semana inteira interrompendo nosso descanso... Liguei bem cedo para a manager, que estava achando que eu era louca, expliquei a história e ela foi no apartamento mal-assombrado desligar o maldito despertador...

A saia de 7 dollares

Poucas horas antes de terem destruído e saqueado parcialmente a The Bay, eu estava lá vendo se achava uma saia para ir na entrevista que seria no dia seguinte. Achei uma saia social por 6,99. Sorte que cheguei lá antes dos vândalos.

The day after

Um dia depois da barbárie a cidade volta ao normal e todos se mobilizam para prender os baderneiros e limpar a bagunça. A Flávia, a Carina e a Rafaela fizeram posts ótimos sobre isso, clique sobre seus nomes para visualizar os posts.  
 
Pode parecer que sou ranzinza e só estou contando as coisas ruins, mas não é isso. Dificuldades e obstáculos fazem a vida mais interessante. Estou aproveitando cada minuto da minha nova vida, não me estressei nem estou gostando menos de Vancouver depois do que aconteceu na quarta-feira.

Acho que se o preço que tenho que pagar para viver num lugar fantástico como esse é passar por um pouco de perrengue, eu pago esse preço com gosto e sem arrependimentos.

(foto tirada no "aniversário" de um mês no Canadá no topo da Grouse Mountain, após o Grouse Grind - preparo físico serve para isso também!)

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Procurando um lugar pacifico para morar?

Ontem apos a derrota do Canucks na final da Stanley Cup uma multidao enfurecida vandalizou o centro de Vancouver, queimaram carros, destruiram pontos de onibus e lixeiras, confrontaram policiais, se agrediram, saquearam e destruiram lojas. Parecia o Morro do Alemao, ou o Afeganistao.

Sad, just sad...

  
  

fotos: Vancouver Sun de hoje

Come on, people, make love, not war!


foto mais famosa do momento, tirada pelo fotógrafo free-lancer Rich Lam

sábado, 11 de junho de 2011

Pérolas do Craigslist


Desde quando estava ainda no Brasil criei o hábito de ver com frequência os classificados de emprego e de imóveis para alugar em Vancouver. Era mais para ter uma idéia do mercado, pois não adianta nada se candidatar para as vagas sem endereço e telefone daqui (eles nem olham) e alugar apartamento estando no Brasil também é bem complicado.

Como vcs ja devem saber, o Craigslist é um dos maiores sites de classificados do mundo, mas por outro lado, há uma quantidade enorme de "scams" (golpes, "mutretas") e é preciso tomar bastante cuidado. Há ofertas de imóveis para alugar de apartamentos que não existem, principalmente para pegar novos imigrantes que não estão aqui para ver o local. Eles pedem um depósito, e depois somem. Mas esse tipo de golpe é bem fácil de perceber, ainda mais para nós brasileiros que somos desconfiados.

As empresas que ajudam o novo imigrante a se recolocar profissionalmente sempre alertam que muitas vagas anunciadas no Craigslist não existem e que não devemos colocar nosso endereço nos currículos enviados por este site. Muitas pessoas anunciam vagas (que geralmente são muito boas para ser verdade, ou com muito pouca informação) somente para pegar o contato dos candidatos e depois ficar bombardeando seu email com "WORK FROM HOME AND MAKE 100K/YEAR" ou o aquela baboseira clássica de "enlarge your penis". Depois que comecei a enviar currículos diariamente minha caixa de entrada tem ficado cheia dessas porcarias... Vai saber quantas das vagas são sérias?

Por outro lado, a vaga temporária que consegui foi através de um anúncio no Craigslist (btw, ontem recebi meu primeiro Canadian paycheck, Yay!! \o/\o/\o/).

Bom, mas vamos ao assunto do post. Tanto tempo sendo tão assídua ao Craigslist, eu me deparei com umas coisas "pitorescas" e até "bizarras"... Vou contar algumas:

- Tem uma pessoa que fica anunciando de tempos em tempos na sessão de jobs algo assim: "Procura-se alguém compatível e com hábitos saudáveis para vir morar comigo no meu waterfront apartment em Yaletown (um dos melhores lugares de downtown para morar) por três meses. Você não precisará pagar aluguel, mas deverá me ajudar a perder 25kg, me estimulando a fazer exercícios e me alimentar de maneira saudável. No sex, no affective relationship (!!!). Internet and food not included. Email me if you feel you are a match". E a pessoa não diz nem se é homem ou mulher! Detalhe que ela (ele) não deve ter achado ninguém compatível ou não é compatível com ninguém, porque esse anúncio vira e mexe aparece!

- Enquanto estava no Brasil eu sempre acessava a sessão sublet/temporary para tentar conseguir algo provisório para os primeiros dias/meses. Aqui é comum as pessoas passarem alguns meses morando fora e alugarem seus apartamentos com tudo dentro. Tinha uma pessoa que iria ficar alguns meses trabalhando em outra Província e colocou o apartamento dela para alugar. Até aí normal. Mas ela dizia assim: "uma vez por mês terei que trabalhar em Vancouver, então terei que dormir no apartamento. Eu dormirei na sala, e te darei um desconto no aluguel mensal". Imagina você acordando no sabado de manhã de pijama e encontrando seu (sua) landlord (eles nunca especificam se são M ou H) dormindo no sofá! Tá louco, tem esquisitice que pra gente é demais...

- É engraçado de ver como eles são diretos em alguns anúncios, tipo assim: "É necessário ter condução própria - bike, bus, girlfriend´s or buddy´s ride não são condução própria!"

- Engraçado também ver as respostas aos anúncios, tipo assim: "Não perca seu tempo se inscrevendo para essa vaga! A supervisora é uma bitch!" ou então "Are you kidding me? 10 bucks/hour? (você está de brincadeira, 10 dollares por hora?).

- Uma vez tinha um anúncio para hostess que a pessoa pedia fotos das candidatas, e alguém respondeu publicamente ao anúncio assim: "You crazy phyco! I´m a law student at UBC! Você pare de pedir para mandarem foto nos seus anúncios que isso é ilegal! Eu sei que você está pegando fotos de menores para ... (não vou nem escrever aqui o que ela falou). Se você não parar de postar esses anúncios eu rastreio seu IP e te processo! Mother*&%#$@!!!!"

Bom, é isso aí! Gente esquisita é o que não falta pelo mundo...

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O Trabalho Temporário e a Hot Yoga

O Trabalho Temporário

Esta está sendo a minha primeira experiência num ambiente corporativo, e confesso que no primeiro dia achei que não iria conseguir. Não estou acostumada a passar 8 horas sentada na frente do computador e do telefone, então o primeiro dia foi uma tortura. Toda hora eu olhava pro reloginho no canto direito do computador e pensava: não e possível!!! Simplesmente o tempo não passava. Fora aquela sensação de peixe fora d’água, e a impressão de que ninguém notava a minha presença. Pensei comigo, vou aguentar, são só duas semanas, e com o que receber eu consigo pagar o aluguel!!! Eu mal tinha me acostumado com o fuso, e precisei voltar a acordar cedíssimo, pois entro as 6:30 (preciso pegar o horário comercial do Brasil). A vantagem é que agora que já é quase verão 5 da manha já esta claro, e também que eu saio as 3, sendo que é dia até as 21:30. Depois de uma semana no trabalho já estou mais adaptada (menos ao horário, esta difícil conseguir dormir cedo). Percebi que não é que as pessoas me ignoram, elas são diferentes, não chegam e cumprimentam todo mundo como estamos acostumados, mas se cruzamos com elas na hora do almoço elas puxam conversa e são agradáveis. Quanto à minha função, eu tenho que fazer contato com empresas brasileiras e fazer uma pesquisa de mercado. Depois eu tenho que traduzir todas as informações para o inglês. No primeiro dia eu fiquei frustrada, pois fiquei o dia todo no telefone e só consegui duas entrevistas relevantes. No dia seguinte, a supervisora me mandou um email me parabenizando por ter conseguido entrevistas no primeiro dia. Bom, no segundo dia tudo fluiu melhor, “I got the hang of the job” e consegui 6 entrevistas, mas achei melhor traduzir 4 e deixar 2 pro outro dia (se não ia acabar todo o serviço antes das minhas 2 semanas de contrato e eles poderiam me dispensar antes!). Opção correta. Ninguém consegue nem 4 entrevistas em um dia, fiquei sabendo que 2 é um numero ótimo, e que se eu trabalhasse acima da media iria até incomodar os colegas. Bom, então o que fazer durante 8 horas se eu consigo fazer o que é pra fazer em apenas 3? Talvez seja por isso que o tempo não passe...

A Hot Yoga

Obs: Me perguntaram por que não dou aulas de Yoga aqui. Eu pretendo fazer isso futuramente, mas para tudo aqui é necessário uma certificação, independente da experiência de anos que vc carrega. Essa certificação é demorada e cara, e estou esperando um melhor momento para tirá-la.

Eu tinha comprado um Groupon de Yoga ainda no Brasil, e estava aguardando apenas virar o mês e eu poder comprar o passe mensal para poder ativá-lo. Aí na terça passada apos um estressante primeiro dia de trabalho, lá fui eu, pensando comigo: "ótimo, vou conseguir relaxar deste dia interminável!" Porém, o studio só oferece a HotYoga... Eu já conhecia e sabia que aqui é super popular, mas nunca tinha feito. Ok, em Roma como os Romanos, vamos fazer HotYoga. Na minha ingenuidade, fui com a roupa que costumo usar para fazer aula, calca comprida e blusa de suplex. Eu sabia que a sala era aquecida além do normal, mas ao entrar na sala lotada com mais de 30 pessoas, 40 graus e todas as mulheres de shortinho e top, os homens de bermuda e sem camisa, eu me senti um ET. Detalhe que eu tinha esquecido meu tapete, e precisei pagar 2 dollares para alugar um. Mais 2 pela toalha. Toalha pra que? Eu nem suo. Humpf... Só de entrar na sala comecei a pingar, o meu tapete encharcou eu eu fiquei escorregando. Fora o cheirinho que impregnou na minha roupa!! Dai a professora dizia “Inhale deply some fresh air (respire profundamente ar puro)” Fresh air???!!! Onde, pelamordeDeus!!! 40 pessoas suando dentro de uma sala fechada a 40 graus, não é possível que ela ache que tem fresh air aqui!!! Foram 90 minutos de tortura, e olha que eu amo yoga! A minha pressão baixou e eu não conseguia fazer nada, precisava deitar no chão toda hora (ainda bem que não era só eu, a professora já tinha avisado no inicio da aula para quem passasse mal deitar um pouco, mas não sair da sala). Na hora de ir embora parecia que eu tinha pulado numa piscina, minha roupa grudava e o cabelo pingava. O pior é o cheiro que eu exalava, fiquei com nojo de mim e neste dia eu devo ter judiado das pessoas que ficaram ao meu lado no metrô e no SeaBus!

Bom, mas persistente como sou, depois de uma semana no meu temporary job já me sinto adaptada e não acho mais tão boring assim. Sem duvida semana que vem quando estiver mais uma vez sem emprego, sentirei muita falta de colocar roupa social e tênis (para andar no transporte publico, o sapato vai na bolsa!).

Também não me assustei com o fracasso da primeira aula de HotYoga, e logo na quinta-feira já voltei, mas desta vez preparada física e psicologicamente. Comi frutas e barrinhas antes da aula e fui com um shortinho e um top que eu jamais usaria em público no Brasil. Dessa vez tudo correu bem, e confesso que está fazendo um bem danado para minha pele!!! Até consegui quebrar o silêncio do vestiário, puxei conversa com uma menina, e acho que era justamente o que todas estavam querendo: uma brecha para poderem conversar com alguém. Então em menos de um minuto a mulherada toda se envolveu no assunto que eu acabara de puxar! Meu tapetinho está dentro da bolsa, e já estou ansiosa para mais uma sessão “Sauna Yogo no Deserto do Saara".

Resumo da historia: Nada como um dia após o outro, o que parece algo insuportável pode não ser tão insuportável assim, de repente a gente até acaba gostando...

sábado, 4 de junho de 2011

Perrengue

É comum ler nos blogs todas as vantagens da vida de imigrante, mas poucos falam dos perrengues. Não quero ficar enchendo o saco de ninguém com lamentações, mas como este e um espaço que tanta gente usa também para desabafar, hoje e meu dia. O post vai ser longo, pode fazer uma leitura dinâmica!

Perrengue no. 1 – Procurar emprego.

Quem já imigrou sabe, e quem esta no processo deve imaginar que uma das coisas mais difíceis é o recomeço profissional. A gente chega aqui e acha tudo maravilhoso, nos primeiros dias somos turistas. Aí passada a fase de definir onde morar, a preocupação é arrumar emprego. A minha preocupação inicial não é nem arrumar algo na minha área ou de acordo com minha experiência, e sim simplesmente arrumar algo para o dinheiro começar a entrar. Procurar emprego é um full time job. É o tempo todo procurando vagas, mandando currículos. Há algumas instituições financiadas pelo governo que dão orientação para os imigrantes recém chegados, como a Success, ISS, Trainning Inovations, entre outras. Geralmente elas oferecem cursos, orientação para fazer o currículo e a cover letter, e nos indicam uma Career Strategist, ou Career Manager, que dá um suporte mais pessoal. Eu achei tudo muito bem organizado e o atendimento muito bom, mas muito lento. Não sei se é porque meu ritmo e muito acelerado, mas eu achei que demora muito entre um encontro e outro com a C.S. O objetivo deles e que em um ano vc esteja no mercado (mesmo pq não e possível ficar no programa por mais tempo). Bom, mas um ano? Imagine ficar um ano procurando emprego, Deus me livre! Bom, enquanto isso, desde os primeiros dias tenho mandado currículos. Inúmeros, para todo o tipo de trabalho que eu acho que sei fazer. A maioria não dá nenhum retorno, mas na semana passada, por sorte, eu consegui 2 entrevistas num mesmo dia, uma para uma vaga temporária e outra para uma vaga de recepcionista numa escola. Eu estava interessada na segunda, pois era uma vaga permanente e num ambiente de trabalho que combina mais comigo. Sai confiante das 2 entrevistas, mas fui chamada apenas para a vaga temporária. Confesso que é bastante frustrante não passar numa entrevista para uma vaga muito aquém da minha qualificação... Talvez o que tenha me atrapalhado tenha sido uma bendita pergunta que a coordenadora me fez, algo assim: “Quais seus planos futuros com relação a sua vida profissional”... O que eu deveria ter respondido? “Me tornar a melhor recepcionista possível e me aposentar fazendo isso”? Bom, talvez tenha sido isso que ela quisesse ter ouvido, mas não foi o que respondi. Aí, ferrou! Me lembrei de quando eu fazia entrevista na loja, que quando aparecia alguém que eu achava que era boa mas que ao mesmo tempo achava que não duraria no emprego, não contratava. Pelo menos isso é o que estou pensando para tentar me convencer e me conformar de por quê não consegui uma vaga de recepcionista... De qualquer forma, estou muito feliz por ter conseguido pelo menos o trabalho temporário, pois se tem uma coisa que não gosto é ficar ociosa. Enquanto isso, continuo mandando currículos todos os dias, mas desde as 2 entrevistas mais nada aconteceu. Me disseram que eu realmente tive sorte, pois as coisas aqui andam meio devagar demais.
O Perrengue do trabalho temporário eu conto outra hora, se não isso vai virar uma ladainha.

Perrengue no. 2 – Nervos à flor da pele - fase do "Puta-merda"

Uma frustraçãozinha aqui, um não ali, poucas horas de sono, cansaço, tudo e motivo para os nervos ficarem à flor da pele. Depois de passada a fase do “Fantástico!” estamos na fase do “Puta-Merda!”. Sei que passa, mas tem dia que a gente fica pensando, “o que fui fazer da minha vida???”

Essa semana pela primeira vez tive saudade de casa. Senti saudades de ter uma casa do meu jeito, com coisas bonitas, coisas que funcionam, silenciosa e aconchegante. Faz tempo que estou “sem-casa” pois fizemos um “estagio em perrengue” no Brasil por 8 meses antes de vir (vendemos o ape cedo, e desde então, não temos mais “nossa” casa).

Pm1 – o piso dos apartamentos do prédio são tão barulhentos que escutamos TODOS os passos dos vizinhos. Mudamos de apartamento essa semana e fomos premiados com os vizinhos de cima mais barulhentos do planeta. Está impossível dormir uma noite inteira, no meio da madrugada eles começam a andar de lá pra cá e dar risada alto. PM!!!!!

Pm2 – vazamento no banheiro... ninguém merece... tem um vazamento que vem do andar de cima, perto do vaso, sabe-se lá de onde vem a água, não quero nem pensar nisso. E vc acha que estamos pagando baratinho por isso??? Pior é que não.

Pm3 – como temos que fazer o almoço todo dia, por conseqüência a compra do supermercado é bem maior. Outro dia não tinha nada em casa, então lá fomos nós pro supermercado mais barateiro de ônibus. Chegamos no ponto que supostamente teríamos que andar 500m até o supermercado, nem sinal dele. Meia hora depois, chegamos. Putz, esquecemos as moedas pra pegar carrinho... Vai ter que ser cesta mesmo. E compra, compra, compra, nem coube na mochila e na sacola que levamos. Chuva e frio lá fora, perdemos o horário do buso, sorte que tinha um taxi no caminho... Nessas horas de perrengue a gente põe tudo pra fora, merda de apartamento, merda de barulho, merda de chuva, merda de frio, merda ter de andar a pé, merda que já mandei mais de 40 currículos e nenhum retorno! Bom, eu sei que essa fase vai passar (espero!!!) mas só estou registrando que nem todos os dias aqui são de paz e amor.

Mas a vida sem perrengues não tem graça, pelo menos vamos ter história pra contar! No mais, estamos muito felizes com tudo de bom que temos encontrado por aqui. Abraços a todos, deixem comentários que eu fico muito feliz! : )