sábado, 18 de junho de 2011

Meu dia-a-dia canadense

Domingo passado completamos um mês de Canadá! Ainda é cedo para fazer um balanço ou para fornecer aos leitores informações mais relevantes sobre mercado de trabalho e custo de vida. Mas vou registrar aqui alguns fatos do meu dia-a-dia. Estou vivendo muitas coisas diferentes, cada dia é mais inédito que outro.

A primeira experiência canadense

Ontem terminou meu trabalho temporário. Era para ter durado 2 semanas mas acabaram prorrogando por mais uma. Alguns posts atrás eu narrei meu primeiro dia, e como estava me sentindo um peixe fora d’água. Após 3 semanas eu estava totalmente ambientada, tinha até começado a gostar e sem dúvida vou sentir falta por alguns dias. Apesar do trabalho não ser inicialmente tão interessante eu acabei me adaptando. Quando conseguia alguma informação interessante para a pesquisa eu vibrava e ia correndo falar para o supervisor, ele achava engraçado. Fiz amizade com algumas pessoas e small talk com todas. Vi que as pessoas não andavam de roupa social para parecerem importantes, mas sim porque era norma do escritório. Eu estava indo de roupa social também – que eu odeio (apesar de não terem me instruído, mas como eu sempre digo, em Roma como os Romanos). Na terça-feira apareceu todo mundo de jeans, bermuda, chinelo, moleton. Eu fui perguntar para a moça do RH se era casual day. Ela falou que não, que o presidente da empresa tinha ido viajar e que só voltava na sexta. Que era ele que insistia nesse dressing code e quando viajava, todo mundo aproveitava para ir casual. Nesses dias o escritório ficou bem mais descontraído, cheio de rodinhas de conversa e tudo mais. No meio da semana apareceu uma entrevista para eu fazer, que deu um ânimo novo. No mesmo dia, a moça do RH me chamou para conversar, e disse que como eu tinha me adaptado tão bem com o trabalho e com o escritório, ela queria me convidar para me inscrever para uma vaga permanente. O problema seria o horário. Dependendo do projeto que eu trabalharia, teria que fazer o Eastern Time (que era o que eu vinha fazendo, das 6 da manhã às 3 da tarde - por sinal o menos pior), ou o Asian Time (entra no meio da tarde e sai no meio da noite) ou o pior deles, European Time (a noite toda). O salário seria bom, quase o dobro que essa empresa que me chamou para entrevista paga. Resumindo, eu achei melhor não. Então ontem foi meu último dia, confesso que foi até meio triste me despedir de todo mundo (isso porque no começo eu acordava e dizia para mim mesma: “vamos lá, um dia a menos”). As pessoas que fiz amizade pareciam até meio tristes, a moça do RH até me abraçou e disse que estava torcendo para eu conseguir a vaga que estava concorrendo. Nessa hora eu disse para ela: “Estou ficando expert em despedidas, é só o que tenho feito nos últimos 3 meses...”

A entrevista e o preparo físico

Minha terceira entrevista no Canada. Só imigrante entende a alegria de conseguir uma entrevista, mesmo que o salário seja medíocre! Como ainda estava trabalhando, fui correndo (literalmente) durante meu horário de almoço. Bem num dia que eu poderia ter ido de jeans (o presidente ainda estava viajando) fui de social e tênis, como sempre faço (calma, o sapato vai na bolsa! Não dá para andar o tanto que eu ando entre ônibus, SeaBus e metrô de sapato social). Acabei saindo em cima da hora do escritório, fui andando super rápido, e quando estava quase na estação do metrô me dei conta que tinha esquecido as cartas de referência que tinham pedido para eu levar na entrevista (já era a segunda vez que acontecia isso no mesmo dia, já havia esquecido em casa de manhã e tive que correr para pegar). Então lá vou eu correndo (não era uma corridinha, era correndo mesmo) de saia, camisa, bolsa e tênis no meio da Broadway. Voltei para o escritório, peguei as cartas, corri de volta para o metrô, em cima da hora. Sorte que estava 15 graus e eu não suei. Tampouco fiquei esbaforida, e foi neste dia que eu finalmente descobri por quê raios serve o preparo físico. E graças a Deus eu estava de tênis!

Estou sendo investigada!

Calma, eu não participei do quebra-quebra e fui denunciada! Ontem recebi um email de uma ex-colega e amiga do Brasil dizendo que ligaram para ela para saber das minhas referências! Bom sinal! Devem ter ligado para a minha supervisora daqui também, que btw escreveu uma carta super legal pra mim. Fingers crossed!

Prédio mal-assombrado

Já cheguei a comentar do barulho dos vizinhos de cima. Essa semana foi de lascar. Mais de uma noite acordamos pelas 2 ou 3 da manhã com uma barulheira que achávamos ser de televisão. Mandei um email para a manager para reclamar, disse que não dava mais, bla bla bla. Ela me responde indignada dizendo que os vizinhos de cima tinham se mudado no domingo e que não havia ninguém no apartamento. "Ah, pronto!", como diz o Luiz. Prédio mal-assombrado! Essa noite matamos a charada. 2h da manhã começa o barulho, obviamente acordamos. Batemos no teto, e nada. O Luiz subiu, bateu na porta, e nada. Ficamos prestando atenção e concluímos que era rádio e não tv. O barulho vinha do quarto, e todos os quartos tem um rádio relógio. Os fdp não desligaram o despertador que eles haviam programado no volume máximo para não perderem o vôo e mesmo depois de terem ido embora, continuaram a semana inteira interrompendo nosso descanso... Liguei bem cedo para a manager, que estava achando que eu era louca, expliquei a história e ela foi no apartamento mal-assombrado desligar o maldito despertador...

A saia de 7 dollares

Poucas horas antes de terem destruído e saqueado parcialmente a The Bay, eu estava lá vendo se achava uma saia para ir na entrevista que seria no dia seguinte. Achei uma saia social por 6,99. Sorte que cheguei lá antes dos vândalos.

The day after

Um dia depois da barbárie a cidade volta ao normal e todos se mobilizam para prender os baderneiros e limpar a bagunça. A Flávia, a Carina e a Rafaela fizeram posts ótimos sobre isso, clique sobre seus nomes para visualizar os posts.  
 
Pode parecer que sou ranzinza e só estou contando as coisas ruins, mas não é isso. Dificuldades e obstáculos fazem a vida mais interessante. Estou aproveitando cada minuto da minha nova vida, não me estressei nem estou gostando menos de Vancouver depois do que aconteceu na quarta-feira.

Acho que se o preço que tenho que pagar para viver num lugar fantástico como esse é passar por um pouco de perrengue, eu pago esse preço com gosto e sem arrependimentos.

(foto tirada no "aniversário" de um mês no Canadá no topo da Grouse Mountain, após o Grouse Grind - preparo físico serve para isso também!)

8 comentários:

  1. Oi Má!
    Primeiro, adorei onovo layout!! Adoro rosa!
    Segundo, que correria, passou pouco tempo e tanta coisa boa já aconteceu para vc!! Fico feliz! Continuarei mandando good vibes!
    Beijoks
    CA

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  2. Obrigado pela passada lá no blog e pela força.Não desisto fácil não, sou muito pentelho.Mas, tenho que aguardar até 01/07 p ver o q vai acontecer.Estes dias fiz uma viagem p relaxar e reprogramar a cabeça.Estou na torcida por vcs, ok?Ab

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  3. Meu Deus! Borboletinha! O q houve aqui nesse jardim? Eu passo um tempo fora e muda layout e vc se muda para o Canada? Eu definitivamente perdi alguma coisa...hauhauahuaha
    Da ultima vez q vim aqui vc tava num tal de to indo, to indo... daqui a pouco eu vou...hauahuah e num é q foi rapaz! E ja tem ate trabalho temporario! Q coisa mais lindaaaa!
    Vou ler os detalhes! Amei a foto!
    Bjs, Sa

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  4. Menina... mas ja to com frio por vc... vc com a perna enfiada nesse monte de neve só de bermudinha. Como é isso? Me conta... como q num virou picolé?

    Aff... fiquei cansada por vc nessa historia de corridinha p pegar as cartas... toda vez q penso em alguem correndo no canada a minha imaginaçao me transporta p alguem escorregando loucamente no gelo...rsrsrrs

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  5. Oii! Cheguei no Canada a pouco mais de um mes, to morando em Abbotsford, +- 1 hroa de Vancouver. E ate agora nao consegui nenhuma entrevista... Nao aguento mais ficar sem trabalhar! Mas ao ler blogs como o seu fico mais animada!

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  6. Estou amando que vc anda relatando suas experiências por ai, pq, realmente, percebo que varias pessoas depois que imigram param de postar e, assim, perdemos a parte mais divertida e interessante da história, que é a das surpresas, dificuldades, adaptação, receios, conquistas, etc.
    Parabéns pelo novo emprego!!!
    Abraços!!!

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  7. 3 entrevistas em um mês só mostram sua capacidade e que aos poucos os degraus serão galgados. Parabéns.

    E a vida segue...

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  8. Oi Ma,

    Poxa que bom que as coisas estao fluindo numa boa. Eh assim mesmo eu ate acho que para o primeiro mes vc ja esta indo bem demais. Parabens. As coisas so tendem a melhorar ... vc vai ver.

    Bjs,
    Ninha

    www.brunahuguenin.blogspot.com

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