Primeiros Dias

Eu sempre achei estranho nos blogs que eu acompanhava que quando as pessoas chegavam aqui, paravam de postar. Agora eu entendo! Simplesmente, não dá tempo!!!  É tanta coisa para ver, resolver, fazer, que realmente não dá tempo de parar e escrever.

Chegamos a pouco mais de uma semana, mas parece bem mais! Nossa primeira preocupação foi com relação a achar um lugar definitivo para ficar. Por fim vi que realmente demos muita sorte em conseguir alugar um lugar legal estando no Brasil, pois isso é muito difícil. Adoramos o lugar que alugamos, mas mesmo assim, rodamos a cidade para ver as outras opções. Rodamos mesmo, fomos a diversos bairros no centro, em Burnaby, vimos apartamentos com e sem mobília, basements, enfim, exploramos várias opções e por fim, resolvemos ficar onde estamos! E olha que não foi por comodismo não, foi pelo custo-benefício e por termos adorado esta vizinhança. Na verdade teremos que fazer apenas uma pequena mudança para o apartamento ao lado.

É interessante como eles lidam com aluguel por aqui, quase nada é com imobiliária. Há centenas de "prédios de aluguel" pela cidade, nos quais todos os apartamentos pertencem a uma empresa e são alugados pelo manager que geralmente mora no prédio. A ordem é não deixar nada desalugado nunca, então de um dia para o outro eles "limpam" e fazem pequenos reparos e pinturas para o próximo inquilino. Outra opção é alugar diretamente com os proprietários, em prédios que não são de aluguel. Nesse caso, o dono do apartamento agenda com todos os interessados praticamente no mesmo horário. É muito engraçado, parece que fica havendo uma disputa de "quem vai ficar com o apartamento" e o proprietário acaba escolhendo para quem ele quer alugar! É por isso que eu nunca conseguia alugar nada estando no Brasil, eles precisam "ver a nossa cara" pra topar alugar.

Bom, essa andança acabou tomando boa parte da nossa semana. É claro que eu nem preciso dizer o que todo mundo já sabe: que aqui tudo é muito lindo (se eu fosse fotografar tudo o que acho bonito ficaria o dia inteiro fotografando), que tudo aqui funciona, que as pessoas são educadas e respeitam os outros, que o atendimento em 95% dos lugares é admirável. Além disso, fazer compras de supermercado por aqui pra mim é como ir a um parque de diversões. A variedade é imensa, o preço é justo, e dependendo do que compramos percebemos o quanto somos feitos de trouxas com os preços do Brasil.

E como nem tudo na vida é um conto de fadas, confesso que não é nada fácil me sentir novamente como se tivesse 18 anos (e só com os pontos negativos desta idade, como inseguranças e incertezas). Você se lembra quando você tinha 18 anos e precisava estudar um livrinho para tirar carteira de motorista, estava desempregado ou na faculdade sem a menor idéia do que a vida te reservava e sem a mínima noção se o seu currículo atrairia a atenção de um empregador? Então, é isso aí que a gente sente quando imigra, como se voltasse a ter 18 anos, ou seja, estivesse recomeçando do zero.

Mas é isso aí, ninguém disse que seria fácil! É normal se preocupar e ficar aflita mesmo quando houve um bom planejamento e economia. Eu costumo ter esse pensamento de que dinheiro quando não entra, uma hora acaba. Mas se Deus quiser, conseguiremos fazer entrar muito antes de acabar!

Cheers!!!!