A Carina me inspirou a escrever um pouco sobre este assunto.
Apesar de faltarem ainda 6 meses para a nossa partida as emoções já começam a ficar alteradas. Ver as coisas acontecerem (venda do apartamento, da loja, das coisas) e o fato das pessoas já estarem sabendo da nossa mudança é o que tem contribuído para isso.
Por um lado a ansiedade de querer ir logo (quando vejo as pesquisas eleitorais me dá vontade de embarcar amanhã), por outro o medo do "não dar certo".
Eu sempre tive o pensamento firme de que era isso que eu queria, e que por querer tanto eu não sofreria nenhum pouquinho com a despedida. Isso até o dia que finalmente conversei sério com meus pais e eles viram que a decisão estava realmente tomada e que iriamos até o fim. Como a maioria dos pais nesta situação, eles estão super apreensivos e sem entender o por quê de querermos ir embora. Neste dia vi minha mãe chorando pela segunda vez (a primeira foi quando fui estudar em Ouro Preto, mas voltei 3 semanas depois, no último dia que eu tinha para sair e deixar minha vaga para alguém da última chamada). Eu chorei junto, e depois em várias outras horas neste mesmo dia eu desabei, inclusive na festa de aniversário que minhas amigas prepararam para mim. Mas depois passou, foi como uma onda. Não chorei ao entregar as chaves do meu apartamento, da minha loja, ao vender vários presentes de casamento, ao vir morar num apartamento com um terço da metragem do meu, com armários Casas Bahia e aparência de república (olha, até que estou curtindo! a gente vai aprendendo a ser Pollyanna...). Outro dia uma cliente quando soube que eu vendi a loja para ir para o Canadá disse que eu iria "levar alegria ao povo de lá" e uma ex-chefe disse "soube que você vai pro Canadá, o Brasil vai perder". Meus olhos encheram de lágrimas de novo, mas que não foi tristeza não, foi satisfação. Agora eu tenho certeza que nada material me fará falta, só mesmo as pessoas maravilhosas que vão ficar aqui é que farão.